quinta-feira, 11 de março de 2010

"Não queremos migalhas", dizem policiais com aumento de R$ 200 para soldados

Discurso de Requião na frequência de rádio foi interrompido com xingamentos de "mentiroso"

Denise Mello, Sidney Alves, Paulo Debski e Paranaonline.

"Não queremos migalhas". Esta é a frase mais ouvida pelos soldados da Polícia Miltiar desde a noite desta quarta-feira (10), depois que o governo apresentou uma proposta de emenda constitucional (PEC) que prevê reajustes de 22% a 77% para a corporação. Parec muito, mas uma odne de boatos informou que, na prática, os soldados de viatura, por exemplo, vão receber apenas R$ 200 de reajuste, enquanto um major ou um capitão teria umr eajuste líquido de cerca de R$ 3.500.



"Quem vai anteder a ocorrência nunca é o major, mas sim o soldado. Nãoa dianta botar lá na folha que meu salário vai para R$ 3 mil bruto, sendo que, na prática, meu salário vai passar de R$ 1,5 para R$ 1.7. Não queremos migalhas", disseram policiais ouvidos pela Banda B sem revelar os nomes (Ouça o áudio).

Para o Comando da Polícia Militar ouve um desencontro de informações. "Ou a informação chegou incompleta, ou distorcida. Esperamos a proposta seja votada o quanto antes pelos deputados porque ela vai fazer uma reestruturação salarial efetiva na PM", disse o Major Everon Puchetti, Chefe da Comunicação da PM. Segundo o major, comandantes passaram a noite e a madrugada acalmando os policiais e esclarecendo que o boato de reajustes não é verdadeiro. (Ouça o áudio)

A reportagem da Rádio Banda B acompanha a movimentação da PM desde o início da noite desta quarta-feira. Mensagens pelos rádios das unidades policiais e das viaturas, comentando o que era chamado de “aumento ridículo”, foram mobilizando a tropa, que preferiu se aquartelar. No início da noite, viaturas e PMs que estavam trabalhando ou de folga, e até quem estava em férias, concentraram-se nas sedes do 12.º , 13.º, 17.º e 20.º batalhões, para discutir uma possibilidade de greve.

O clima era de revolta, o que obrigou o coronel Jorge Costa Filho, comandante do CPC, a ir até o 13.º BPM (o maior da capital), com sede no Novo Mundo, para conversar e acalmar a tropa, além de desmentir o boato e garantir que a mensagem enviada pelo governador Roberto Requião iria atender aos anseios dos policiais.

Mais tarde, Costa também reuniu policiais do 12.º BPM, desta vez na sede do Comando Geral, e deu as mesmas explicações, pedindo calma e atenção aos seus comandados.

Rádio

Apesar dos esforços do comando, as comunicações por rádio ficaram prejudicadas durante a noite. Ao invés das transmissões de ocorrências, eram ouvidos gracejos, palavrões, músicas, sons de sirenes e até ofensas aos PMs que insistiam em trabalhar. Para que a cidade não ficasse desguarnecida, as comunicações passaram a ser feitas por telefone.

De acordo com oficiais ouvidos ontem à noite, as viaturas foram recolhidas para as sedes das companhias (que são postos avançados dos batalhões) e lá as equipes recebiam ordens pelo telefone para dar atendimento às ocorrências.

Teimoso

Um discurso em que o governador Roberto Requião fala de seu apreço pela corporação, feito em outra data, foi colocado na frequência de rádio da PM, mas foi interrompido com xingamentos, principalmente de “mentiroso” pelos mais alterados, que há anos esperam por reajuste com compense o risco que enfrentam nas ruas da cidade.

Os policiais militares acusam o Governo do Estado de sucatear a segurança pública, não investindo em equipamentos, e desestimular a tropa com salários que não condizem com a importância do trabalho que realiza

Um comentário:

Anônimo disse...

QUAL O PARTIDO DO REQUIÃO?